terça-feira, 7 de junho de 2011

COTAS NO “TRIBUNAL”

Os alunos do Ensino Médio da Escola de Aplicação da UNIPAC, promoveram nesta terça, um “ júri simulado”, onde quem esteve sentado no “banco dos réus” foram as cotas raciais no ensino público. Obviamente, este tipo de discussão não seria levado a júri popular, num caso concreto, devido à peculiaridade deste tribunal.

Entretanto, a idéia da professora Vilmara ao propor esta temática, teve como intenção fomentar junto aos alunos um maior esclarecimento acerca das cotas e a modo mais criativo foi estabelecer um júri simulado.

Foi mais ou menos parecido com o que você vê nos filmes americanos. Debates acalorados entre a acusação e a defesa, tudo permeado por uma verdadeira guerra de nervos. A pressão foi tamanha que em certo momento, parecia que resolveriam no braço. A veracidade e envolvimentos foram tamanhos que a assembléia nitidamente se dividiu e cada qual defendia ardorosamente seus argumentos.

Contudo, o mais marcante e o que certamente chamou positivamente a atenção de todos os adultos presentes, foi o alto nível do debate promovido pelos alunos. Argumentos apaixonados e baseados em uma pesquisa séria. Um verdadeiro show.

Exalto a coragem de encarar um assunto tão polêmico, que faz parte do nosso cotidiano, revelando os medos e as falácias que giram em torno das cotas. O nível alcançado no debate foi elevado, digno de especialistas e olha que já participei de outros vários fóruns.

Noutro momento foi realizado um “bate papo” com os alunos sobre: preconceito, discriminação, açoes afirmativas, movimento negro, coordenado pela professora-doutoranda em Psicologa Social, Sheila Miranda e Marco Antonio, militante do movimento negro. 

Independentemente do resultado prolatado pelo conselho de sentença, devemos sempre incentivar e apoiar o protoganismo juvenil, propiciando o surgimento de novos líderes e cidadãos mais conscientes e sobretudo engajados na promoção de uma sociedade que saiba conviver harmonicamente com as diversidades.

Surpreendente o desfecho final, quando ao término dos trabalhos, com os ânimos arrefecidos, os representantes de cada um dos lados, Flávia e Felipe, comprometeram-se em lutar juntos por uma educação de qualidade para todos, promovendo assim oportunidades iguais para um maior números de pessoas.

A grande lição que este brilhantes adolescentes nos deixam é que: não devemos empurrar qualquer discussão para baixo do tapete, ainda que os assuntos sejam extremamente espinhosos e possa provocar um pequeno desconforto em alguns.
Alunos (debatedores), Caio, Vilmara Rodrigues, Sheila Miranda e Marco Antonio

"promotores": Felipe, Lucas, Naraiana, Gustavo e Jadir
"advogadas de defesa": Flávia, Amanda, Luísa, Carolina e Ana Amélia

PARABÉNS alunos, professores e a direção da Escola de Aplicação da UNIPAC, extensivo aos pais de cada um destes alunos, pela excelente educação que proporcionam aos seus. E obrigado pela experiência!!!


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