terça-feira, 13 de março de 2012

CBV divulga nota e afirma que repudia racismo no vôlei

FONTE: AE - Agência Estado

A Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) divulgou nota oficial no início da tarde desta quinta-feira, na qual afirma que "lamenta e repudia qualquer tipo de preconceito durante todos os jogos de todas as competições do voleibol brasileiro", em referência ao caso de racismo no clássico mineiro entre Vivo/Minas e Sada Cruzeiro, quarta à noite, em Belo Horizonte, no ginásio do Minas.

Na ocasião, o oposto Wallace, do Cruzeiro, foi chamado de "macaco" por uma torcedora. Após a partida, ele mostrou indignação com o fato e admitiu que pensou até em agredir a torcedora em mais de uma oportunidade durante o duelo. Ele foi vítima do ato racista pela primeira vez no segundo set e depois em outras partes do confronto.

De acordo com a CBV, o relatório do delegado da partida relata que, ao ser comunicado da agressão verbal direta a Wallace, o delegado acionou a segurança para identificar o agressor. A ofensa foi proferida no segundo set, mas, até o fim da partida, o agressor não foi identificado.

A entidade afirma que está reunindo toda a documentação do caso para avaliar e, se necessário, encaminhá-lo para o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Wallace vem sendo convocado pelo técnico Bernardinho para defender a seleção brasileira e admitiu que o ato racista atrapalhou o seu desempenho dentro de quadra na última quarta, quando sua equipe foi derrotada e perdeu a liderança da Superliga.

Essa não é a primeira vez que a Superliga tem um jogador vítima de uma atitude preconceituosa por parte de um ou mais torcedores. Na edição passada da competição, torcedores do próprio Cruzeiro, defendido por Wallace, ofenderam o central Michael, do Vôlei Futuro, com xingamentos homofóbicos durante uma partida em Minas.

O confronto em questão, realizado em Contagem, foi válido pelas semifinais da competição. Na ocasião, parte dos torcedores presentes xingou Michael, em coro, de "bicha". Por ser considerado réu primário pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), o Cruzeiro foi apenas multado em R$ 50 mil pela atitude da sua torcida.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

SOMOS TODOS IGUAIS? PERANTE QUAL LEI?

Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

ISTO É O QUE DIZ NOSSA CARTA MAGNA, MAS O ARTIGO ABAIXO APONTA OUTRA DESIGUALDADE.

No lançamento do ATLAS DO DESENVOLVIMENTO HUMANO NO BRASIL, pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD, em 2003, contém 120 indicadores de desenvolvimento humano desagregados por cor/raça autodeclarada em nível nacional e estadual. Entre estes indicadores está o índice de DESENVOLVEMENTO MUNICIPAL–IDH-M, derivado do IDH calculado no Brasil. Dados de 2000 indicam o IDH-M para brancos de 0,814 enquanto no mesmo período para os negros o índice é de 0,703, ou seja uma diferença de 0,111 posições no ranking, se formássemos uma nação diferente os brancos ficariam em 44º posição no ranking do IDH das nações enquanto os negros ficariam com a 105º no ranking das nações, a distancia entre brancos e negros seria de 61 posições no ranking do IDH mundial.
Quando pleiteamos políticas de ações afirmativas é disto que estamos falando. Como a população negra se encontra em uma situação nitidamente menos vantajosa em termos de desenvolvimento humano, como o IDH não é mensurado desagregadamente, ela puxa esta posição do Brasil para baixo. Portanto são necessárias estratégias inovadoras para que o ritmo de elevação do bem estar da população AFRODESCENDENTE seja acelerado e haja uma progressiva equiparação com os níveis alcançados pela população branca, do contrário o país jamais alcançará o patamar de nação desenvolvida com uma posição compatível com os países desenvolvidos.
É partindo destes dados, singulares neste artigo, mas que podem ser vistos com mais detalhes no RELATÓRIO DE DESENVOLVIMENTO HUMANO do PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO, que o dia 13 DE MAIO DIA NACIONAL DE DENUNCIA CONTRA O RACISMO, viemos apresentar estes números para em ocasiões futuras quando ouvirem falar de: POLÍTICA DE TRANFERENCIA DE RENDAS, COTAS, POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE INTEGRAL DA POPULAÇÃO NEGRA e etc. Entendam que não estamos querendo privilégio, mas estamos fazendo uma proposição para a NAÇÃO BRASILEIRA, sair da classificação de 3º mundo e vá para o lugar que lhe cabe por direito no G7.

 Falando ainda da contundência e eloqüência dos números vejamos:
O NEGRO NA LITERAURA BRASILEIRA
De 1.245 personagens listados em 258 romances brasileiros:
79,8% são brancos, 7,9% negros, 6,1% mestiços
84,5% dos protagonistas são brancos, 5,8% negros, 5,8%mestiços.
36,2% dos personagens pertencem à elite econômica, 56%classe média
73,5 %dos personagens negros são pobres, 12,2% deles miseráveis
53.3% dos mestiços são pobres
53,3 % dos indígenas são pobres

Mais de 90% de todos os personagens integrantes da elite intelectual são brancos.
Em 59 horas de programação em horário nobre das 3 maiores redes de televisão do País, os negros figuravam em apenas 39 comerciais. Somente em 9 apareciam falando e só em 4 tinham papel relevante. -( 1 falava do centenário da Abolição, os outros 3 da industria do entretenimento)
Em um encarte de jornal dedicado a moda de divulgação Nacional apareceram 202 fotografias com 222 modelos brasileiras, das quais nenhuma delas era fenotipicamente negra. Em um primeiro momento tem-se a impressão que não estamos no Brasil, considerado hoje colônia da África por ter a segunda maior população negra do mundo atrás apenas da Nigéria. A invisibilidade do negro relacionados com aspectos positivos configura um quadro de desigualdade de acesso a informação que reforça a pobreza política da população negra.
Concluindo fomos seqüestrados da África, não fomos contemplados por nenhum dos gestos históricos formadores da nação.Ao contrário, o negro construiu sozinho, com seu talento, trabalho,conhecimento e sobretudo com seu sangue, um belo País para os outros usufruírem. Os índios, massacrados em todos os sentidos, também foram excluídos no sentido mais exato desta palavra.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA


POR: ALba Figueiroa

A idéia de Direitos Humanos é recente e sua instituição é de 10 de dezembro
de 1948 com a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Nesta Declaração
considerou-se que o reconhecimento da dignidade de todos os indivíduos e de
seus direitos iguais e intransferíveis é o fundamento da liberdade, da
justiça e da paz no mundo. O artigo I estabelece que “Todos os homens
nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e
consciência e devem  agir em relação uns aos outros como espírito de
fraternidade”. Nos demais artigos são condenados a tortura, o trabalho
escravo, a prisão, o exílio e a detenção arbitrários. Esteja onde estiver o
ser humano é obrigado a um tratamento justo como ser humano e ter esta
condição respeitada. 

Esta declaração estabelece que todo homem tem direito à vida, ao trabalho,
à propriedade, à educação, à segurança, a participar do governo, a auxílio
jurídico, a constituição de uma família, ao repouso e ao lazer. E a idéia
de cidadania passa pelo respeito e a implementação destes Direitos Humanos.
Cidadania envolve direitos que são conferidos aos homens nos âmbitos civil,
político, social, cultural e individual. Os direitos à vida, à liberdade,
de propriedade, perante a lei são consagrados como direitos civis, os
direitos políticos referem-se ao direito a participar no destino da
sociedade, onde se dá maior destaque no votar e ser votado. Os direitos
sociais são aqueles que garantem a participação na riqueza coletiva, o
acesso à educação, à saúde, ao trabalho, a salário justo e a uma velhice
tranqüila. 

Entre os direitos culturais, se incluem o de identidade étnica, de opção
religiosa, de preservação e valorização das línguas e expressão rituais,
musicais, técnicas de trabalho, formas de lazer, saberes e práticas médicas
e de cuidados tradicionais, entre outras expressões patrimoniais materiais
e imateriais. Os direitos individuais contemplam a liberdade de pensamento,
de consciência e de sentimentos, o direito ao reconhecimento e consideração
como pessoa moral, o direito a tratamento digno pelo simples fato de ser
pessoa humana. Ou seja a cidadania é o exercício pleno dos direitos humanos.